Ex-governador de São Paulo e pré-candidato à Presidência,
Geraldo Alckmin (PSDB) classificou nesta terça-feira (29) ser inaceitável
movimento que pede uma intervenção militar no país.
Cobrado por correligionários a adotar uma postura mais
assertiva em relação à paralisação dos caminhoneiros e pedidos de volta da
ditadura, o tucano saiu de reuniões com senadores e deputados tucanos em
Brasília fazendo críticas.
Grupo interrompe faixas da av. Paulista, em SP, em protesto
contra o governo Temer e em apoio aos caminhoneiros e à intervenção militar, na
noite de segunda-feira (28) Eduardo Knapp/Folhapress.
“Isso é inaceitável. Ditadura, primeiro, é um desrespeito com
os próprios militares, que têm compromisso com a lei e já disseram que esta
hipótese não existe. Eles são servidores do país, têm patriotismo e são
cumpridores da lei. É uma proposta absurda”, afirmou o tucano, que criticou
também, de forma velada seu adversário na disputa Jair Bolsonaro (PSL-RJ), que
integrou o Exército.
“Estes pré-candidatos que flertam com a intervenção militar, com a ditadura, não deveriam nem ser candidatos porque não acreditam no regime democrático e a democracia é o caminho que levou o mundo inteiro a uma vida de renda melhor” disse Alckmin.
O tucano disse defender também o fim da paralisação dos
caminhoneiros porque eles já teriam atingido seus objetivos.
“Agora é voltar à normalidade e cumprir a lei. Democracia não
é bagunça. É preciso cumprir a lei, respeitar o direito das pessoas.”
Questionado sobre manifestações de parlamentares a respeito da
inviabilidade de o presidente Michel Temer concluir seu mandato, Alckmin disse
que “isso não tem o menor sentido”.
“Precisamos aprender a respeitar a Constituição brasileira”,
disse o presidenciável.
Alckmin disse que, “embora tardiamente”, o governo tomou
medidas corretas em relação ao movimento dos caminhoneiros, que, apesar de três
anúncios de acordo, já está no nono dia de rodovias obstruídas em todo o país.
Para dar previsibilidade sobre os preços de combustível,
Alckmin defendeu reajuste a cada 30 dias em vez de diário e que se use Cide,
PIS e Cofins como colchão tributário para compensar a oscilação dos valores.
Ele também defendeu a redução de PIS/Cofins.
Ele também defendeu a redução de PIS/Cofins.
“O governo pode e deve reduzir [impostos]. Em julho de 2017, o
governo dobrou o PIS/Cofins”, afirmou o ex-governador.
O tucano reuniu-se nesta terça com deputados e senadores
tucanos. Apesar de o senador Aécio Neves (MG) ter participado do primeiro
encontro, participantes disseram que não houve qualquer decisão sobre a
participação ou não do parlamentar mineiro na eleição deste ano.
Ainda mais desgastado após ter se tornado réu na Lava Jato,
Aécio tornou-se um dos principais problemas para a candidatura nacional do
PSDB.
Mas não é o único: correligionários reclamam também do ritmo
lento da campanha de Alckmin, que rebate nas reuniões com o mesmo discurso que
faz para fora, de que a eleição só começará, de fato, em agosto. Ele diz aos
aliados que está aproveitando este tempo para fazer conversas que podem resultar
em alianças.
Fonte : Folha de SP Uol.
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