O senador Renan Calheiros (PMDB-AL) e o governador de Alagoas
Renan Filho (PMDB) recepcionaram o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, na
chegada da caravana do petista a Alagoas. Pai e filho estavam no porto de
Penedo, onde o ex-presidente chegou de barco, pelo rio São Francisco, vindo de
Sergipe. Renan pai usou o palanque para voltar a atacar o presidente Michel
Temer, seu colega de partido.
"O governo do senhor é do povo, para o povo,
diferentemente do governo de agora, com qual não podemos concordar, que tem um
deficit, um buraco, um rombo de R$ 139 bilhões e vai elevar para R$ 159
bilhões, enquanto corta recurso do programa Bolsa Família. Alagoas era um dos
mais expressivos nesse programa, e perdeu 21 mil famílias. Se multiplicarmos
por três, são mais de 60 mil pessoas diretamente beneficiadas", disse
Renan Calheiros.
Apoiador
do presidente Michel Temer no início de seu mandato como interino na
Presidência, Renan atacou as reformas e outros cortes do governo. "O
governo está flexibilizando direito do trabalhador, oprimindo as pessoas mais
pobres, e fazendo a terceirização sem regra. Hoje recebi a notícia de que o
Brasil cortou os recursos da fiscalização do trabalho escravo, e esse modelo de
bem-estar social que o senhor ampliou que temos que defender com coragem e
dedicação", afirmou.
Beto Macário/UOL
No final do ano passado, Renan
também havia feito uma fervorosa defesa do corte de gastos públicos ao
promulgar a PEC do teto.
Já o governador Renan Filho evitou ataques a Temer e fez um
discurso voltado a elogios ao ex-presidente Lula.
"O Nordeste e Alagoas são muito gratos ao senhor. Não só
olhando para o que vai acontecer, e vai acontecer muita coisa, mas sobretudo
para dizer ao senhor em alto e bom som: Alagoas é grata por tudo que o senhor
fez por nós", afirmou o governador do PMDB. Tanto pai como filho são
pré-candidatos à reeleição e deve contar com o apoio do PT no Estado.
Lula critica governadores que têm "medo"
Lula iniciou seu discurso elogiando a recepção e citando a
"coragem" de Renan Filho de estar à espera dele. "Normalmente,
um governador se tiver medo do governo federal não virá receber. Teu gesto de
independente é muito importante", afirmou.
Esse foi o segundo Estado em que Lula é recebido por um
governador do PMDB. Em Sergipe, ele foi recepcionado pelo governador Jackson
Barreto, o que causou mal-estar com sindicalistas e uma ala mais radical do PT.
O ex-presidente também fez elogios ao senador Renan Calheiros,
a quem classificou como leal durante todo o seu governo. "Nos oito anos em
que fui presidente, o Renan sempre foi, como presidente do Senado, uma pessoa
que nos ajudou a votar tudo para melhorar a vida do povo brasileiro. Parabéns
pela postura e seu comportamento contra as reformas --que não são reformas, são
demolições dos direitos do trabalhador", afirmou.
Renan, na votação do impeachment da presidente Dilma Rousseff
no Senado, votou
a favor do afastamento da presidente. O tema não foi tocado por nenhum
deles no palanque. Nem Renan pai nem filho deu entrevistas.
Alvo de cinco processos judiciais e uma condenação pelo juiz
Sergio Moro, Lula voltou a alegar inocência e tecer críticas às investigações.
"Todos sabem o que está acontecendo comigo. E no dia que provarem um erro
meu, eu terei a coragem de vir aqui pedir desculpas ao povo brasileiro. Não
tinha coragem de mentir para a minha mãe, não teria para o meu povo. Não querem
é me ver voltar. Não sei se vou ser candidato, se o partido vai me indicar.
Mas, se for, vou ganhar e vou provar para eles como a gente vai cuidar desse
país", afirmou.
fonte : Uol
fonte : Uol
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