segunda-feira, 9 de maio de 2016

Partidos vão convocar sessão para derrubar ato de Maranhão

Líderes partidários vão se reunir na noite desta segunda para convocar para esta terça (10) sessão extraordinária do plenário da Câmara com o objetivo de derrubar a decisão do presidente interino da Casa, Waldir Maranhão (PP-MA), que tentou anular a tramitação do impeachment.
Fazem parte deste movimento as siglas de oposição a Dilma Rousseff, o PMDB e o chamado "centrão" (PP, PR, PTB, PSD, PRB e siglas nanicas).
A decisão desses partidos –cujas bancadas têm, somadas, ampla maioria– reflete o isolamento de Maranhão, que recebeu até agora o apoio do PC do B e do PT.
Há intenção de deputados de tentar forçar a queda de Maranhão nesta sessão, embora não se tenha clareza ainda sobre qual mecanismo do regimento será usado nessa tentativa.
O deputado assumiu o comando da Câmara na quinta-feira (5) após o afastamento de Eduardo Cunha (PMDB-RJ). Sob o argumento de vícios processuais, anunciou na manhã desta segunda-feira (9) decisão que anula a autorização, pelo plenário da Casa, da abertura do processo de impeachment. O Senado, porém, decidiu não acatar essa decisão.
Na sessão extraordinária desta terça, o ato de Maranhão pode ser derrubado pelo voto da maioria dos presentes. Há folga para que isso ocorra.
"Ele perdeu completamente as condições políticas de presidir a Casa", disse o deputado Mendonça Filho (DEM-PE). Líder da bancada do PMDB, Leonardo Picciani (RJ) também afirmou que a decisão de Maranhão sobre o impeachment dificulta a sua permanência no cargo.
Waldir Maranhao (PP-MA) presidente interino da Câmara dos Deputados
Uma mostra que nem a área técnica aprova o ato de Maranhão foi o de que a Secretaria-Geral da Mesa assessorou a reunião preliminar em que os deputados decidiram convocar a reunião extraordinária.
Na noite desta segunda alguns deputados divulgaram nota em que chamam a medida de Maranhão de "estapafúrdia, ilegal, abusiva e teratológica". A nota é assinado, entre outros, pelo deputado Jovair Arantes (PTB-GO), relator do processo de impeachment de Dilma na Câmara.
Também nesta segunda o DEM e o PSD entraram no Conselho de Ética com um processo de cassação do mandato de Maranhão sob o argumento de que ele usou mecanismos fraudulentos para tentar anular deliberação legítima do plenário da Casa.

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