Líderes partidários vão se reunir na noite desta segunda para convocar para esta terça (10) sessão extraordinária do plenário da Câmara com o objetivo de derrubar a decisão do presidente interino da Casa, Waldir Maranhão (PP-MA), que tentou anular a tramitação do impeachment.
Fazem parte deste movimento as siglas de oposição a Dilma Rousseff, o PMDB e o chamado "centrão" (PP, PR, PTB, PSD, PRB e siglas nanicas).
A decisão desses partidos –cujas bancadas têm, somadas, ampla maioria– reflete o isolamento de Maranhão, que recebeu até agora o apoio do PC do B e do PT.
Há intenção de deputados de tentar forçar a queda de Maranhão nesta sessão, embora não se tenha clareza ainda sobre qual mecanismo do regimento será usado nessa tentativa.
O deputado assumiu o comando da Câmara na quinta-feira (5) após o afastamento de Eduardo Cunha (PMDB-RJ). Sob o argumento de vícios processuais, anunciou na manhã desta segunda-feira (9) decisão que anula a autorização, pelo plenário da Casa, da abertura do processo de impeachment. O Senado, porém, decidiu não acatar essa decisão.
Na sessão extraordinária desta terça, o ato de Maranhão pode ser derrubado pelo voto da maioria dos presentes. Há folga para que isso ocorra.
"Ele perdeu completamente as condições políticas de presidir a Casa", disse o deputado Mendonça Filho (DEM-PE). Líder da bancada do PMDB, Leonardo Picciani (RJ) também afirmou que a decisão de Maranhão sobre o impeachment dificulta a sua permanência no cargo.
Uma mostra que nem a área técnica aprova o ato de Maranhão foi o de que a Secretaria-Geral da Mesa assessorou a reunião preliminar em que os deputados decidiram convocar a reunião extraordinária.
Na noite desta segunda alguns deputados divulgaram nota em que chamam a medida de Maranhão de "estapafúrdia, ilegal, abusiva e teratológica". A nota é assinado, entre outros, pelo deputado Jovair Arantes (PTB-GO), relator do processo de impeachment de Dilma na Câmara.
Também nesta segunda o DEM e o PSD entraram no Conselho de Ética com um processo de cassação do mandato de Maranhão sob o argumento de que ele usou mecanismos fraudulentos para tentar anular deliberação legítima do plenário da Casa.
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