Michel Temer e o senador Aécio Neves (PSDB-MG) se reúnem com Renan Calheiros (PMDB-AL)
No gesto
mais enfático em nome de uma aliança com os tucanos caso assuma o Planalto, o
vice-presidente Michel Temer deu sinais de que pode encaminhar um projeto de
lei que acabe com a reeleição a partir de 2018.
O aceno fez
parte das conversas travadas há semanas nos bastidores, mas que vieram a
público nesta quarta (27) após o vice posar para um encontro com o presidente
nacional do PSDB, Aécio Neves (MG) e pedir "apoio institucional" da
sigla.
Os dois
estiveram juntos em ao menos duas ocasiões ao longo desta quarta. Após os
encontros, Aécio afirmou que a legenda "dará sua contribuição ao
país" e reiterou que a sigla não pretende "criar dificuldades"
para tucanos que sejam convidados a chefiar ministérios.
A condição
imposta pela sigla a Temer é a adoção de uma lista de propostas que o PSDB
considera "emergenciais" para o país. Se o vice o fizer, "deverá
ficar livre para montar seu ministério com os melhores nomes que
encontrar", afirmou Aécio.
Os
principais pontos de "termo de adesão" foram delineados ao vice por
Aécio na primeira reunião que tiveram, na casa do tucano. Depois, os dois
voltaram a se encontrar, desta vez na casa do presidente do Senado, Renan
Calheiros (PMDB-AL).
"Tínhamos
duas opções: lavar as mãos ou ajudar o país a sair da crise", disse Aécio.
"Vamos dar a nossa contribuição. E seremos julgados pelo que fizermos e
pelo que deixarmos de fazer."
O tucano vem
modulando seu discurso com relação à nomeação de filiados ao PSDB a
ministérios.
Disse que, pessoalmente,
acharia melhor que o participação do partido se limitasse ao apoio no
Congresso, mas que não criará dificuldades se Temer buscar por conta própria
quadros tucanos.
"Nossa
conversa não gira em torno de cargos", afirmou. "Temos uma agenda
para o país e queremos contribuir com ela", disse. A cautela sobre o tema
está relacionada às divergências internas do PSDB sobre o apoio Temer.
A ala ligada
ao governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, pede que o partido desautorize a
nomeação de filiados e exija que os que desejarem integrar o governo peçam
licença da legenda.
Para reduzir
esse desconforto, Aécio viaja a São Paulo nesta quinta (28) para apresentar as
intenções de Temer a Alckmin e ao ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, que
defende a adesão dos tucanos como gesto de "responsabilidade" com o
país.
fonte: folha de são paulo |
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