BRASÍLIA — O Palácio do Planalto decidiu ontem politizar a
defesa formal da presidente Dilma Rousseff, a ser apresentada hoje na comissão
especial da Câmara que analisa o processo de impeachment. O tom será dado pelo
advogado-geral da União, José Eduardo Cardozo, que poderá falar por duas horas.
A estratégia será Cardozo explorar argumentos de que, além de não ter cometido
crime de responsabilidade, a presidente Dilma tomou uma decisão que ajudou a
preservar importantes programas sociais, como o Bolsa Família. O Planalto
sustenta que a estratégia contábil, classificada de “pedalada” fiscal pelos
acusadores da presidente, foi um mecanismo da relação entre o Tesouro e os
bancos previsto em regras contratuais.
A avaliação é que o ministro da Fazenda, Nelson Barbosa, foi
muito bem na explanação da semana passada, mas ela foi muito técnica.
— O Cardozo é um homem de tribuna. Ele vai misturar
improvisos com o que está escrito na defesa — disse o deputado Wadih Damous
(PT-RJ), aliado do ex-presidente Lula nas articulações.
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