Dados do TSE
mostram que, juntas, as contas da direção nacional do PT e da candidatura de
Dilma na campanha
de 2014 receberam R$ 34,6 milhões da Andrade Gutierrez, ante R$ 25,9
milhões dos recursos recebidos pelo comando do PSDB e da campanha de Aécio
Neves.
Desses R$
34,6 milhões, R$ 20 milhões foram repassados pela empreiteira diretamente para
a campanha à reeleição da presidente. Além disso, a direção nacional ainda
transferiu R$ 1 milhão que recebeu da Andrade, somando, no total R$ 21 milhões
da empreiteira na conta da campanha da candidatura de Dilma.
Não houve
repasse, segundo registros do TSE, especificamente pela empreiteira à campanha
de Aécio. Dos R$ 25,9 milhões entregues ao Diretório Nacional tucano, R$ 19 milhões
foram para o comitê da campanha presidencial, que então passou R$ 10,2 milhões
para a conta criada só para a candidatura e destinou o resto a outras campanhas
da legenda.
A
candidatura de Aécio recebeu, além dos R$ 10,2 milhões, ainda R$ 2,5 milhões da
direção do partido referentes à doação da Andrade, somando R$ 12,7 milhões
recebidos da empreiteira.
Nesta
quinta-feira (7), petistas, incluindo o ministro Edinho Silva (Comunicação
Social) e o senador Lindbergh Farias (RJ), fizeram comparações entre as doações
da empreiteira aos petistas e às que foram feitas pela empresa aos tucanos.
DELAÇÃO
PREMIADA
Como a Folha revelou,
a Andrade Gutierrez, segunda maior empreiteira do país, fez doações legais às
campanhas de Dilma e de seus aliados em 2010 e 2014 utilizando propinas
oriundas de obras superfaturadas da Petrobras e do sistema elétrico.
A informação
consta da delação premiada do ex-presidente
da empresa Otávio Marques de Azevedo e foi sistematizada por ele em
uma planilha apresentada à Procuradoria-Geral da República. O ex-presidente e o
ex-executivo Flávio Barra detalharam a planilha em depoimentos ocorridos em
fevereiro, enquanto negociavam a delação premiada que espera homologação no
Supremo Tribunal Federal.
É a primeira
vez que é descrito por um empresário o esquema revelado pela Operação Lava
Jato, de financiamento de partidos por meio de propinas de contratos públicos
legalizadas na forma de doação eleitoral.
Os
executivos também revelam na delação premiada que as construtoras responsáveis
pela obra da Usina Hidrelétrica de Belo Monte combinaram o pagamento de uma propina
de R$ 150 milhões, 1% do valor que elas iriam obter pelos contratos
firmados.
Os recursos
seriam pagos ao longo da construção da obra e seriam divididos entre PT e PMDB.
Cada partido ficaria com uma cota de R$ 75 milhões. Os recursos foram pagos,
segundo a delação premiada, na forma de doações legais para campanhas de 2010,
2012 e 2014.
fonte : folha
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