Após a
prisão do traficante Rogério Avelino da Silva, o Rogério 157, policiais
civis do Rio de Janeiro tiraram selfies em que aparecem sorrindo com o
criminoso e postaram as imagens em redes sociais, exibindo o criminoso como
troféu. As fotos ocorreram na Cidade da Polícia, na zona norte da capital
fluminense, onde ele foi autuado e presta depoimento ainda na manhã desta
quarta-feira (6).
Em uma das imagens, ao menos seis policiais diferentes,
fardados e armados, aparecem sorrindo ao lado do traficante, que está sentado
em uma cadeira e algemado. A primeira selfie ocorreu ainda no carro da polícia,
quando 157 era levado para a delegacia. A foto viralizou entre policiais civis
e militares.
Reprodução
O delegado Gabriel Ferrando, que comandou a operação que
levou à prisão de Rogério 157, aparece em uma selfie dentro de um carro da
polícia com o traficante
Em entrevista, o delegado Gabriel Ferrando, que comandou a
operação que levou à prisão do traficante e que parece ser o autor da selfie
tirada dentro do carro da polícia, disse que excessos estão sendo corrigidos.
"Policiais comemoraram, alguns até se exaltaram. Uma
comemoração de toda a cidade. Acredito que seja mais uma explosão, não acho
certo, mas foi uma explosão de uma vitória. [Os policiais que aparecem nas
imagens] Vão responder na Corregedoria [da polícia]", declarou.
Procurada, a Seseg (Secretaria Estadual de Segurança) não se
posicionou sobre o assunto até a publicação desta reportagem.
Rogério 157 é apontado como chefe do tráfico de drogas na
favela da Rocinha, na zona sul, e considerado um dos criminosos mais procurados
do Estado. A captura dele ocorreu durante operação integrada realizada nesta
manhã pelas polícias civil, militar e federal, com apoio das Forças Armadas, no
morro da Mangueira, na zona norte.
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Fotos foram publicadas em redes sociais e estão viralizando
entre policiais
De acordo com a Seseg, Rogério 157 não ofereceu resistência
ao receber voz de prisão. Ele estava escondido na favela do Arará, que possui
uma base da UPP (Unidade de Polícia Pacificadora) e fica nos fundos da Cadeia
Pública José Frederico Marques, em Benfica, onde estão presos os réus da
Operação Lava Jato no RJ --incluindo o ex-governador Sérgio Cabral (PMDB).
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Policial tira foto com Rogério 157 na delegacia
Somente neste ano, de acordo com o Disque-Denúncia, as
autoridades fluminenses já haviam recebido 434 ligações anônimas com
informações a respeito do criminoso. A recompensa pela captura do chefe do
tráfico na Rocinha havia sido fixada em R$ 50 mil. Até a manhã desta
quarta-feira, a polícia não informou se alguém o denunciou
Logo após a prisão de 157, moradores da comunidade da zona
sul relataram em redes sociais e grupos de WhatsApp que houve uma intensa troca
de tiros na região. A Polícia Militar não confirmou nem forneceu detalhes do
suposto confronto.
O suspeito era um dos mais procurados pelas polícias do Rio
desde que protagonizou uma sangrenta disputa entre bandos rivais na Rocinha, em
17 de setembro --na ocasião, o antecessor de 157, Antônio Bonfim Lopes, o Nem,
ordenou que criminosos leais tentassem invadir a comunidade para derrubá-lo e,
consequentemente, retomar o controle das bocas de fumo.
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Fotos foram tiradas dentro da Cidade da Polícia, na zona
norte
A briga resultou em uma semana de tiroteios ininterruptos e
levou o Estado a realizar uma grande ação militar na região, com tanques de
guerra e outros recursos, em 22 de setembro.
O racha com Nem, um dos principais líderes da ADA (Amigos
dos Amigos), acabou isolando Rogério 157 na estrutura da facção criminosa. Com
isso, após fugir da Rocinha durante as operações da PM para reprimir o tráfico
no local, ele acabou migrando para o principal grupo rival, o CV (Comando
Vermelho).
Contra Rogério 157 há ao menos 13 mandados de prisão em
aberto, por crimes como homicídio, assalto a mão armada e tráfico de drogas.
fonte : Uol
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