Divulgação de vídeos com depoimento do delator e ações no
gabinete de Lúcio Vieira Lima deram novo fôlego para trabalhar admissibilidade
da 2.ª denúncia contra presidente
A divulgação dos vídeos da delação premiada do operador Lúcio
Funaro e a busca e apreensão no gabinete e na residência do deputado Lúcio
Vieira Lima (PMDB-BA) deram novo fôlego à oposição para trabalhar pela
admissibilidade da segunda denúncia contra o presidente Michel Temer na Câmara.
A estratégia da oposição será explorar os acontecimentos na
Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), incluindo a exibição dos vídeos de
Funaro durante a sessão de debates, prevista para começar nesta terça-feira,
17. A reunião no colegiado, no entanto, corre o risco de não ser realizada se
não houver quórum no plenário principal para a segunda sessão do prazo
regimental do pedido de vista.
O deputado Júlio Delgado (PSB-MG), articulador da oposição na
CCJ, disse contabilizar agora 36 votos pela rejeição da denúncia contra 28
votos pelo prosseguimento do processo. Até a semana passada, os governistas
diziam ter entre 38 a 44 votos a favor de Temer. “Esse placar vai se alterar
muito mais”, disse Delgado.
Otimismo. Para o vice-líder do governo na Câmara, Beto Mansur
(PRB-SP), os últimos acontecimentos não alteram o cenário pró-governo. “Temos
um número de votos consolidado”, afirmou. Vice-líder da bancada do PMDB na
Câmara, o deputado Mauro Pereira (RS) disse que o impacto dos vídeos de Funaro
na base aliada é “zero”.
Dono da quinta bancada na Câmara, com 39 parlamentares, o PSD
oficializou a troca de dois dos quatro titulares na CCJ. As mudanças devem
ajudar Temer. A primeira troca foi do deputado Delegado Éder Mauro (PA), que
era titular e passou a suplente. Na vaga, o PSD indicou Edmar Arruda (PA). A
segunda alteração foi passar Expedito Netto (RO) de titular para suplente e
colocar Evandro Roman (PR).
Agência Estado
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