RIO — No dia seguinte à
morte do menino Eduardo de Jesus, de 10 anos, baleado com um tiro na cabeça
enquanto brincava na porta de casa no Complexo do Alemão, sua mãe disse ter
certeza de que um policial militar matou seu filho. Ela contou que o garoto
estava ao seu lado vendo televisão e depois foi para a entrada de casa, na
localidade do Areal, em Inhaúma. Pouco depois, ela ouviu o som de um disparo de
arma de fogo.
—
Não houve tiroteio nenhum. O único tiro que escutei foi o que matou meu filho.
Corri para fora de casa e vi um policial do Batalhão de Choque perto do
Eduardo. Meu filho estava caído no chão. Quando avancei nele (PM), ele disse
que me mataria também. Sou capaz de reconhecê-lo — contou, em estado de
desespero, a doméstica Terezinha Maria de Jesus.
Ela
pede ajuda do governo do Estado para enterrar o filho no Piauí, sua terra
natal.
—
Não quero deixar nenhum pedaço de mim aqui. Quero ir embora, não quero perder
outro filho — disse Terezinha, mãe de outros quatro filhos.
Eduardo começaria na próxima quarta-feira, um curso do Sebrae na Tijuca. Ele tinha o sonho de ser bombeiro. Pelo menos outras duas pessoas foram atingidas por balas perdidas no Alemão na tarde de quarta-feira. No total, foram sete baleados em dois dias, com três mortes. Há aproximadamente três meses moradores do local convivem com tiroteios frequentes.
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